EXAME DE GRADUAÇÃO SUPERIOR DA CBK EM MARICÁ

Candidatos perfilados perante a Banca Examinadora

A Confederação Brasileira de Karate (CBK) e a Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro (FKERJ), pela primeira vez na história realizaram o Exame de Graduação Superior no município fluminense de Maricá, RJ.

Banca Examinadora ladeada por Henrique Paixão e Antônio Cardozo

O Exame de Graduação aconteceu no dia 29 de junho de 2019 no Dojo Carlos Paixão, localizado no bairro Pedreiras. Na ocasião, estiveram presentes dez candidatos de shodan (faixa preta 1º dan) a nanadan (faixa preta 7º dan), os quais submeteram-se a avaliação da Banca Examinadora composta por:

• Luiz Carlos Cardoso (presidente da Banca) - presidente da CBK, membro do Conselho Administrativo do COB e faixa preta 7º dan
• Celso Rodrigues - diretor de Arbitragem da CBK, árbitro mundial nível "A" WKF e faixa preta 8º dan
• Diego Lima de Oliveira - diretor Jurídico da CBK e faixa preta 4º dan

Henrique Paixão em sua prova de kata diante da Banca Examinadora CBK

O Exame de Graduação Superior, chancelado pela CBK conjuntamente com a FKERJ, foi organizado por Henrique Paixão Sensei, presidente e fundador da Associação Maricaense de Karate-Do (AMK), e contou com a inédita presença do presidente da CBK, Prof. Luiz Carlos Cardoso, em um evento desta natureza em Maricá. Cabe ressaltar que a CBK é a entidade oficial de administração nacional desta arte marcial, formadora da Seleção Brasileira oficial, devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), e vinculada aos Comitês Olímpicos Brasileiro (COB) e Internacional (COI).

Antônio "Toninho" Cardozo durante a execução do kata Hangetsu (meia lua)

Estiveram presentes ao Exame de Graduação Superior 2019 os seguintes candidatos:

• Antônio Carlos Cardozo, faixa preta 5º dan
• Carlos Henrique Cardoso da Paixão, faixa preta 6º dan
• Déborah Reis, faixa marrom 1º kyu
• Francisco Máximo, faixa preta 2º dan
• Hamilton Carreira, faixa preta 2º dan
• Luis Fernando dos Reis, faixa preta 2º dan
• Maurício Lima, faixa preta 1º dan
• Ronaldo Pires, faixa marrom 1º kyu
• Tânia Lucas Corrêa, faixa preta 4º dan
• Wagner Quevedo, faixa preta 1º dan

Ao término do evento, o presidente da CBK anunciou o êxito de Carlos Henrique Paixão, que aprovado ao 7º dan e ao título de Kyoshi ("pessoa que ensina"), igualou-se ao seu atual Mestre, Fernando Gomes da Silva Kyoshi, e celebrou quarenta e dois anos de prática, coincidentemente no mesmo local que começou sua jornada marcial ao lado de seu irmão Antônio Carlos Cardozo, aprovado a faixa preta 6º dan e ao título de Renshi ("pessoa polida"). Todos os demais candidatos também foram aprovados as aspiradas graduações.

Antônio Carlos Cardozo e Henrique Paixão ladeados por seus faixas preta

HISTÓRIA DAS GRADUAÇÕES NAS ARTES MARCIAIS

A adoção da metodologia de graduações (kyu – níveis / dan – graus) nas artes marciais japonesas tiveram origem a partir da iniciativa do Prof. Jigoro Kano, que fundou em fevereiro de 1882 a primeira escola de judo (caminho suave), o Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade). Durante a Restauração Meiji, o Prof. Jigoro Kano ajudou a transformar algumas das antigas lutas japonesas (bujutsu), que eram parte da cultura Samurai - desvalorizadas ao longo da Restauração - em lugar de destaque como importante patrimônio cultural após reformas metodológicas alçando-as a condição de Gendai Budo (artes marciais modernas). Sua protagonista contribuição foi possível graças ao magnífico trabalho educacional realizado na formulação do judo Kodokan, a sua influência no Ministério da Educação Japonês – no qual era conselheiro – e provavelmente pelo fato de ter se tornado presidente do Dai Nippon Butokukai (Sociedade da Virtude Marcial do Grande Japão), entidade do Ministério da Educação responsável pelo reconhecimento e regulamentação das artes marciais japonesas.

Inicialmente foram criadas apenas as graduações mu kyu, equivalente a faixa branca, e yudansha, que era a faixa preta destinada aos praticantes mais experientes, sendo subdividida em graus (dan). Somente a partir de 1936 uma subdivisão em faixas coloridas para kyu foi estabelecida pelo judoka Mikonosuki Kawaishi, que ministrava aulas na França.

Influenciado pela amizade entre Gichin Funakoshi Sensei e Jigoro Kano Sensei, o karate-do não só adotou o uniforme de prática (dogi; karate-gi), como também o uso dos kyu/dan por meio dos obi (faixa), ajudando a difundir esta metodologia por todo o mundo.

Sabidamente, a metodologia de graduações por meio de faixas coloridas obteve tanto sucesso prático, que ao longo dos tempos foi adotada não tão somente pelas artes marciais, como mais amplamente por diversas lutas como a capoeira e o jiu jitsu. Graduar-se ao longo da prática do karate-do simboliza agregação de conhecimento e senso hierárquico deste. A outorga destes níveis (branca a marrom) e graus (faixa preta) ocorre por meio de uma avaliação em forma de cerimônia denominada “Exame de Graduação” ou “Exame de Faixa”.

Associação Maricaense de Karate-Do (AMK)

Graduar-se ao longo de anos e décadas, pressupõem grande senso de compromisso para a promoção e perpetuação da arte que se pratica. 

José Roberto Braga

Prof° Ed. Física da Rede Estadual (CREF 031403-G/RJ), faixa preta 4° dan, Reg. CBK 19.0003-3, Reg. FKERJ P591 e diretor Técnico da AMK